Alimentação: como ela ajuda na fertilidade feminina?

Fertilidade feminina. Mulher se alimentando na cozinha, próxima ao balcão.

Uma alimentação balanceada e rica em alimentos naturais faz bem à saúde e evita diversas doenças. Mas, quando se fala em tentativas de engravidar, ela deve ser levada mais a sério ainda, visto que pode influenciar negativamente nas chances de fertilização, sejam elas naturais ou por meio da reprodução humana assistida.

A alimentação balanceada deve conter todos os nutrientes e minerais necessários ao corpo. O ideal é que seja rica em alimentos frescos e naturais, como frutas, verduras e legumes. E de preferência os orgânicos, livres de agrotóxicos. Cortar o consumo de produtos industrializados, embutidos, enlatados e processados é outro fator fundamental. Eles são pobres em nutrientes e ricos em aditivos, sódio e resíduos antibióticos. Por isso, trazem problemas ao sistema reprodutor e interferem na fertilidade feminina.

O que comer e o que não comer?

Travessa com cupcakes e marshmallow, vilões da fertilidade feminina.
Para quem quer engravidar, os carboidratos e açúcares são verdadeiros vilões.

O consumo de carboidratos refinados, como a farinha branca e o açúcar, usados na fabricação de arroz, pães, massas e bolos, é prejudicial à saúde em geral e também à fertilidade. Esse tipo de alimento é conhecido por afetar o metabolismo, contribuindo para o aumento do peso. Para quem quer engravidar, é um verdadeiro vilão. No organismo, eles aumentam a produção dos hormônios insulina e estrogênio, que causam distúrbios na fertilidade, como problemas na ovulação.

O açúcar refinado pode ser substituído pelo demerara ou mascavo, que não passam por processo de refinação. Pães, massas e bolos devem ser consumidos na forma integral. Estudos também apontam que o excesso de consumo de cafeína pode interferir na fertilidade. No caso dos homens, a soja também é alvo frequente de estudos. Ela está relacionada à baixa qualidade dos espermatozoides ou a casos de infertilidade.

Para evitar o aumento de peso, que interfere nas chances de engravidar, prefira alimentos grelhados e evite frituras em excesso. Uma gordura saudável que está liberada é o azeite de oliva. Ele é benéfico para as funções cardiovasculares e reprodutivas. As carnes e os ovos são fontes de proteínas benéficas para a saúde. Vale ressaltar ainda que o consumo frequente de peixes melhora os níveis de colesterol HDL, consequentemente, aumenta as taxas de fertilidade feminina, devido às propriedades nutricionais.

Suplementação alimentar x fertilidade feminina

Ovos, maça, uva, morango e sementes. Alimentos que ajudam na fertilidade feminina.
A falta de vitamina B12 pode causar a diminuição da quantidade e da motilidade dos espermatozoides

As tentantes costumam passar por baterias de exames para detectar a falta de nutrientes no organismo. O primeiro passo é que a paciente siga a dieta nutricional indicada. Se necessário, a reposição pode ser feita com suplementos vitamínicos. Desde que indicados pelos médicos, porque a falta de diversas vitaminas e minerais pode interferir no sucesso da fertilização.

A falta de vitaminas do complexo B, por exemplo, pode causar fadiga, nervosismo e depressão. Essa carência pode afetar o sistema neurológico, o equilíbrio emocional e até causar anemia. Já a falta de vitamina C interfere na saúde dos órgãos sexuais, assim como o ácido fólico, que atua na prevenção de más formações congênitas do bebê. O ideal é que a tentante ou a gestante tenha uma dieta equilibrada.

Alimentos indispensáveis à fertilidade feminina e à saúde da gestante e do bebê

Prato com frutas e hortaliças, fundamentais para uma dieta que melhore a fertilidade feminina.
As frutas e hortaliças garantem o aporte de nutrientes necessários, ajudam o intestino a funcionar melhor e ajudam a processar as proteínas.
  1. Carboidratos

    São alimentos que proporcionam energia, por isso são essenciais, principalmente, para quem se exercita e para as gestantes. que necessitam de uma disposição maior. Porém, devem ser consumidos na forma integral, pois os refinados são altamente calóricos e aumentam a produção dos hormônios insulina e estrogênio, causadores de distúrbios da fertilidade feminina. Neste grupo, estão os cereais, pães, tubérculos e raízes. Os cereais, como aveia e amaranto, são ricos em fibras, vitaminas do complexo B e zinco.

  2. Frutas e Hortaliças

    São ricas em água, fibras, vitaminas e minerais. Isso garantem o aporte de nutrientes necessários e ajudam o intestino a funcionar melhor e a processar proteínas, carboidratos e gorduras no organismo. Outra vantagem é que proporcionam saciedade e possuem baixíssimas calorias.

  3. Proteínas

    Estão presentes em alimentos, como carnes, ovos, feijão, lentilha e grão-de-bico, além de leite e seus derivados. A proteína animal é melhor absorvida pelo organismo, mas deve-se preferir as  opções magras. Determinados alimentos ricos em proteína animal são fontes de gordura saturada e de colesterol. A proteína é de extrema importância, pois auxilia na formação e no crescimento do corpo. Durante a gestação, é ainda mais essencial, por ajudar no desenvolvimento fetal e da placenta, além de auxiliar no trabalho de parto e na lactação. Uma dieta pobre em proteína pode deixar a tentante com fraqueza muscular, deficiência hormonal, baixa imunidade e até gerar anemia.

  4. Óleos, gorduras e açúcares

    Apesar de serem essenciais ao organismo, o consumo deve ser baixo. Do contrário, pode influenciar no ganho de peso e acarretar o aumento do colesterol ruim (LDL). Dê preferência às gorduras vegetais que ajudam a controlar os níveis de colesterol. A grávida precisa ter um estoque de gordura boa. Para isso, existem alimentos recomendados, como castanhas, sementes e azeite de oliva, com função anti-inflamatória. Eles também regulam o metabolismo.

  5. Ferro

    Atua no transporte de oxigênio para todas as células do corpo e é essencial à vida. Sua falta pode causar cansaço, desânimo e até anemia. As mulheres devem reforçar seu consumo durante o período de menstruação, visto que há uma perda do mineral com o sangramento. Outra indicação é na gestação, porque ele ajuda no crescimento saudável do bebê e previne o risco de partos prematuros. Pode ser encontrado em grãos, cereais e vegetais de folhas verde-escuras, como agrião, couve e taioba. Vale ressaltar que as carnes são as principais fontes de ferro. Elas também possuem melhor absorção do mineral pelo organismo.

  6. Cálcio

    O consumo é essencial para a formação dos ossos e dentes e para prevenir problemas como a osteoporose e ou ligados à perda de massa óssea. A falta também está relacionada a doenças como obesidade, câncer de cólon e hipertensão. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a um adulto o consumo, em média, de 1.000 mg de cálcio diários. O leite e seus derivados são as principais fontes de cálcio. Embora também seja encontrado em alimentos como ovo, abobrinha, agrião, espinafre, brócolis, quiabo, banana, ameixas secas, peixes (especialmente a sardinha), feijão e leguminosas.

  7. Vitamina D

    Esta vitamina ajuda na absorção do cálcio e fósforo. Por isso, é fundamental ao organismo para fortificar ossos, dentes e músculos – inclusive o coração. Pode ser encontrada no leite e seus derivados, na gema de ovo, manteiga, no fígado, feijão, nos peixes e frutos do mar, como salmão, ostras, atum e sardinhas. Mas, para ativar essa vitamina, é recomendável tomar sol de 15 a 20 minutos por dia.

  8. Zinco

    O mineral ajuda a tireoide a produzir hormônios que regulam o metabolismo e está relacionado ao sistema imunológico. Por isso, é de extrema importância para combater fungos, bactérias e vírus, evitando que fiquemos doentes. Sua falta causa, além de baixa imunidade, problemas no fígado, aumento dos níveis de glicose no sangue, entre outros. Ele está presente em sementes de abóbora, espinafre, caju, cacau, feijão, carnes, pães e arroz integral e oleagenosas, como nozes e castanhas.

  9. Vitamina C

    Conhecida por atuar no sistema imunológico prevenindo doenças, também ajuda na absorção do ferro. A ação antioxidante melhora a atividade das células. É necessária para a formação de ossos, cartilagem, músculos e vasos sanguíneos. A carência causa uma doença chamada escorbuto, que provoca dor muscular e nas articulações, cansaço, manchas na pele e sangramento das gengivas. A vitamina C está presente em muitos alimentos: frutas cítricas (maracujá, laranja, acerola, abacaxi e limão), banana, morango, goiaba, uva, caju, rabanete, tomate, batata, cebola e alho.

  10. Vitamina B6

    Conhecida como piridoxina, ela é essencial ao sistema nervoso e uma forte aliada para combater a depressão, pois produz serotonina, hormônio responsável pela sensação de bem-estar. Ainda contribui com o metabolismo dos aminoácidos, na produção de células do sangue, nos anticorpos e é diurética. Sua falta causa anemia, irritabilidade, náuseas e vômitos. Pode ser encontrada no leite, no arroz e nos cereais integrais, na aveia, na banana, no melão, nos ovos, na carne, na lentilha e nas nozes.

  11. Magnésio

    Este mineral regula os processos metabólicos, auxiliando na digestão e prevenindo inchaços. Sua falta interfere no equilíbrio e na função de outros minerais, como o cálcio e o potássio. Ela também está associada a doenças cardiovasculares como arritmias, hipertensão, colesterol e triglicérides altos, além de diabetes. Pode ser encontrado em vegetais de folhas verde-escuras, cereais, leguminosas, frutos secos e queijo de soja (tofu).

    Veja também: Fertilidade masculina e alimentação: a nutrição é uma aliada?Alimentação: como ela ajuda na fertilidade feminina?

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