Como o cigarro afeta a fertilidade masculina e feminina

cigarros empilhados.

Mais de um bilhão de pessoas fumam cigarro no mundo todo. Os dados, divulgados em 2016, são da Organização Mundial de Saúde (OMS). Dos 18 milhões de brasileiros, cerca de 11 milhões de homens e sete milhões de mulheres. De acordo com o Ministério da Saúde, o percentual de fumantes de tabaco no país caiu, nos últimos 25 anos. Entre homens, a queda foi de 29% para 12%; e entre mulheres, de 19% para 8% . Mas, apesar da baixa, o Brasil ocupa ainda o oitavo lugar no ranking da OMS de número absoluto de fumantes.

Cada vez mais estudos alertam sobre os perigos do tabagismo e não somente para quem fuma. Os chamados fumantes passivos, aqueles que não fumam, mas ficam no mesmo ambiente do fumante, também são prejudicados. Mas, muito se fala sobre os perigos do cigarro para o coração, levando a sérias doenças cardiovasculares como o infarto, aos problemas respiratórios e ao câncer, principalmente os de pulmão e de boca. Porém, o tabaco também prejudica o aparelho reprodutor masculino e feminino, podendo causar infertilidade.

Cigarro e fertilidade

Segundo a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, homens e mulheres fumantes têm três vezes mais chances de se tornarem inférteis, comparados aos não fumantes. Lembrando que qualquer produto proveniente do tabaco, como charuto e cachimbo, traz os mesmos riscos do cigarro. Portanto, é mais do que recomendável parar de fumar se quiser ter filhos.

A mulher é mais prejudicada

De acordo com a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, 13% da infertilidade feminina pode ser atribuída ao cigarro. Mulheres que fumam 20 cigarros por dia têm a fertilidade reduzida em 25%. Enquanto isso, as que fumam uma quantidade maior podem ter redução de até 43%.

Existem diversas substâncias e componentes no cigarro, como a nicotina, o alcatrão e o monóxido de carbono, que afetam diretamente o aparelho reprodutor, tanto de homens como de mulheres. Essas substâncias tóxicas causam oxidação nos óvulos, o que resulta em uma diminuição drástica da sua quantidade e qualidade. Essa queda no estoque de óvulos pode estar associada ao fato de que fumantes tendem a entrar primeiro na menopausa do que as que não fumam.

Alterações na mulher causadas pelo cigarro

A motilidade das tubas uterinas também pode ser alterada, dificultando a implantação do embrião, caso ocorra a fecundação, e aumentando o risco de abortamento (em até 27%) e de gravidez ectópica (nas tubas). Caso a gestação vá adiante, as fumantes têm maiores chances de terem problemas gestacionais, como placenta prévia e parto prematuro.

Estudos científicos já demonstraram também que as taxas de fertilização e crescimento dos embriões nos tratamentos de Fertilização in Vitro são menores para quem fuma, fazendo com que essas pacientes necessitam de duas vezes mais tentativas do que as não fumantes, além de necessitarem de uma quantidade maior de hormônios para estimular a ovulação.

A fertilidade masculina e o cigarro

Homem com chapéu fumando cigarro e mulher ao lado.
A motilidade dos espermatozoides também é afetada pelo consumo do cigarro. Ou seja, apesar de o homem produzir espermatozoides, a maioria não se locomove. Assim, eles não conseguem chegar até o óvulo para fecundá-lo.

Homens também podem ter impotência causada pelo cigarro. Pesquisadores da Universidade de Saarland, na Alemanha, descobriram que homens fumantes têm menores taxas de proteína P2, essencial para o desenvolvimento dos cromossomos e para a reprodução. Sua deficiência pode causar infertilidade. E mais, os danos causados pelo cigarro reduzem a produção de espermatozoides e causam deficiências dificultando a fecundação.

O cigarro também afeta a motilidade dos espermatozoides. Ou seja, apesar de o homem produzir espermatozoides, a maioria não se locomove e, assim, não consegue chegar até o óvulo para fecundá-lo. Ao afetar a qualidade do esperma, o problema de fertilidade não se reduz a uma gestação natural. O consumo do cigarro também atrapalha os tratamentos de fertilização assistida porque torna-se necessário que o homem produza espermatozoides de qualidade, para que haja chances de fertilização.

Veja também: 4 Mitos mais comuns sobre infertilidade no homem e 7 Verdades sobre a infertilidade masculina

×