O espermograma avalia somente os parâmetros como: concentração, motilidade e morfologia dos espermatozoides. Trata-se de um exame laboratorial que vai além do espermograma tradicional, pois, complementa o espermograma avaliando a integridade do material genético compactado dentro dos espermatozoides e a sua integridade.
O teste é recomendado, especialmente para casos de infertilidade masculina sem causa aparente, falhas em ciclos de tratamentos de reprodução assistida ou abortos recorrentes. Ele identifica a presença e a extensão das quebras na dupla hélice do DNA, que podem ser as causadas de diversos fatores – incluindo envelhecimento, varicocele, estresse oxidativo, tabagismo, infecções e outros estressores ambientais.
Diversas são as metodologias para realizar esse exame:
- TUNEL – Terminal deoxynucleotidyl transferase dUTP Nick End Labeling:
É uma técnica utilizada para medir a taxa de fragmentação do DNA espermático, que identifica as quebras no DNA dos espermatozoides, permitindo uma avaliação mais precisa da integridade genética dos gametas. O exame usa marcadores fluorescentes que se ligam às regiões danificadas do DNA, os nucleotídeos que podem ser visualizados por microscopia de fluorescência ou citometria de fluxo, permitindo a quantificação e a análise da integridade genética dos espermatozoides.
Em geral, os índices de fragmentação do DNA no sêmen são interpretados em faixas:
- Valores abaixo de 22% costumam ser considerados baixos, indicam melhor integridade;
- Valores entre 23% e 26% → moderada taxa de fragmentação;
- Valores superiores a 27% são geralmente associados a um nível elevado de dano genético e podem impactar negativamente as taxas de fertilização e o desenvolvimento embrionário
Altos índices de fragmentação podem comprometer a fertilidade masculina, dificultando a fecundação e aumentando o risco de falhas na implantação embrionária.
Esse teste é indicado para homens que enfrentam dificuldades de fertilidade ou para casais que passaram por falhas em tratamentos, pois, ele detecta tanto quebras simples, quanto duplas nas cadeias de DNA, oferecendo uma avaliação quantitativa dos danos.
- COMET ASSAY – single-cell gel electrophoresis
Metodologia simples e conhecida como ensaio de eletroforese em gel, possibilita visualizar a extensão dos danos ao DNA, onde os fragmentos migram formando uma espécie de “cauda”, semelhante ao formato de um cometa. Amplamente, aplicada para avaliar danos no DNA em células individuais, tanto em pesquisas de genotoxicidade quanto em contextos clínicos, como na análise da fragmentação do DNA dos espermatozoides.
- SCSA – Sperm Chromatin Structure Assay:
Trata-se de um teste realizado através a citometria de fluxo que utiliza fluorescência para medir a susceptibilidade dos espermatozoides à desnaturação da cromatina, gerando um resultado expresso em gráfico que indica a porcentagem de espermatozoides com DNA comprometido. Esse exame é especialmente útil para diagnosticar infertilidade masculina, prever sucesso em tratamentos de reprodução assistida e até mesmo avaliar impactos de toxinas na qualidade do esperma.
O teste de fragmentação do DNA espermático é realizado, geralmente, em amostra de sêmen, cuja coleta requer orientação específica – como manter um período de abstinência de dois a sete dias. Os laboratórios especializados, como os que atuam na área de reprodução humana assistida seguem protocolos rigorosos para garantir a integridade da amostra e a confiabilidade dos resultados.
Aqueles casais, que enfrentam casos de infertilidade inexplicada, repetidas falhas em tentativas de fertilização in vitro FIV/ICSI ou abortos recorrentes, esse exame pode esclarecer se a fragmentação do DNA é um fator contribuinte. Além disso, os resultados podem orientar a adoção de outras estratégias terapêuticas ou mudanças de estilo de vida (como reduzir o estresse oxidativo, melhorar a alimentação, evitar exposições a toxinas, entre outros), visando otimizar a qualidade dos espermatozoides antes de tentativas reprodutivas.
A fragmentação do DNA espermático pode ocorrer devido a:
- Estresse oxidativo, causado por radicais que danifica o material genético dos espermatozoides;
- Varicocele, uma condição que afeta a circulação sanguínea nos testículos;
- Exposição a toxinas ambientais, como pesticidas e metais pesados;
- Tabagismo e consumo excessivo de álcool, que aumentam os radicais livres no organismo;
- Idade avançada, que pode reduzir a qualidade do esperma
- Uso de determinados medicamentos e hormônios anabolizantes
- Infecções, inflamações e traumas na região
- Variação de temperatura;
Estes exames são indicados de modo especifico, principalmente para homens com histórico de infertilidade sem causa aparente, falhas em ciclos de tratamentos de reprodução humana assistida ou abortos recorrentes. Por isso, esse exame é um complemento importante para avaliar a fertilidade masculina e pode ajudar a definir estratégias para melhorar a qualidade dos espermatozoides, como mudanças no estilo de vida e tratamentos específicos, pois, quanto maior a fragmentação, maior o impacto na fertilidade masculina e na qualidade dos embriões gerados. Eles são considerados testes mais precisos para detectar danos no material genético compactado nos espermatozoides, sendo amplamente utilizado em investigações de infertilidade masculina. O teste mede a integridade do DNA espermático, identificando espermatozoides com DNA danificado e aqueles com DNA imaturo. O exame é importante para avaliar a fertilidade masculina e pode ajudar a definir estratégias para melhorar a qualidade dos espermatozoides, como mudanças no estilo de vida e tratamentos específicos.