Técnica avançada que permite a preservação da fertilidade destinada em mulheres que precisam passar por tratamentos potencialmente prejudiciais à função ovariana, como quimioterapia ou radioterapia em casos de câncer.
Enquanto o congelamento de óvulos requer a indução hormonal para que os óvulos amadureçam e sejam coletados, limitando muitas vezes o número de óvulos disponíveis o congelamento do tecido ovariano permite preservar centenas ou até milhares de folículos imaturos, naturalmente presentes no ovário.
Esse fato o torna uma opção promissora, especialmente para pacientes que não podem se submeter à estimulação ovariana, como adolescentes ou mulheres em tratamento oncológico, em que o tempo para procedimentos pré-tratamento é curto e os riscos são altos.
O procedimento é realizado pelo auxilio da laparoscopia, envolve a remoção parcial ou total de um ovário. O tecido extraído é então fragmentado em tiras menores e submetido a técnicas de vitrificação, que evitam a formação dos indesejados cristais de gelo durante o congelamento. Esse material é posteriormente armazenado em nitrogênio líquido a -196°C, preservando suas características e viabilidade a longo prazo.
Quando a mulher estiver pronta para tentar engravidar, o tecido é descongelado e reimplantado em uma região propícia – seja próximo às trompas de falópio ou em outros locais do corpo –, de forma a restabelecer suas funções hormonais e a maturação natural dos óvulos.
Contudo, é importante destacar que, apesar dos resultados promissores, essa técnica ainda é considerada experimental em alguns contextos. Cada caso é avaliado individualmente, pois há o risco de reintroduzir células malignas em determinadas situações, além das incertezas sobre a integração e a eficácia do tecido reimplantado a longo prazo. Por isso, uma avaliação criteriosa e orientada por especialistas em reprodução humana é fundamental para determinar a melhor estratégia de preservação da fertilidade de cada paciente.
Além disso, o congelamento de tecido ovariano não só visa preservar a capacidade de engravidar, mas também pode restabelecer a produção hormonal natural, contribuindo para a qualidade de vida e saúde geral da mulher. Com os avanços tecnológicos e a crescente experiência clínica acumulada ao longo dos anos, as perspectivas para essa técnica melhoram gradativamente, ampliando as opções para mulheres que enfrentam desafios relacionados à perda de fertilidade decorrentes de tratamentos médicos agressivos.
Se você estiver interessado, podemos explorar também as comparações entre essa técnica e o congelamento de embriões ou de óvulos, os aspectos éticos e os desafios financeiros associados a ela, ou ainda discutir relatos e estudos de caso que demonstram os avanços e as limitações atuais dessa abordagem. Estou aqui para aprofundar o assunto conforme sua curiosidade e necessidades.