Também conhecida como inseminação artificial, é uma técnica de reprodução assistida de baixa complexidade que visa aumentar a chance de fecundação.
Embora os primeiros relatos de inseminação artificial remontem a cerca de 200 anos. A partir das décadas de 1960 e 1970 com a evolução nas técnicas laboratoriais e na compreensão dos processos reprodutivos que ela se consolidou como um procedimento clínico seguro e eficiente.
A IIU, nos moldes modernos envolve o preparo do sêmen, previamente, e cuidadosamente processado para remoção de impurezas o que significa que ele é lavado e concentrado para selecionar os mais ativos, os quais são depositados diretamente na cavidade uterina por meio de um cateter fino e flexível, justamente próximo do período ovulatório, o qual é acompanhado também por ultrassonografia.
Essa técnica, tem por objetivo reduzir a distância que os espermatozoides precisam percorrer para alcançar o óvulo, facilitando a fecundação. O procedimento pode ser recomendado em situações como condições leves de infertilidade, problemas de relação sexual, dificuldades relacionadas ao muco cervical que possam dificultar a passagem natural dos espermatozoides ou mesmo o uso de sêmen de doador.
Para realizar a inseminação artificial (IIU) de forma segura e com maiores chances de sucesso, é fundamental que ambos os parceiros sejam avaliados de modo detalhado e em conjunto. Os exames geralmente solicitados incluem:
Para a Mulher
- Avaliação Hormonal: São verificados os níveis de hormônios essenciais, como FSH, LH, estradiol, progesterona, TSH e prolactina, e hormônio anti-müllerino. Eles ajudam a avaliar a função e a reserva ovariana, o equilíbrio hormonal e para preparar o ciclo para a estimulação ovariana, quando necessário.
- Ultrassonografia Transvaginal: Para examinar os ovários, tubas e o útero, avaliando a presença de folículos em desenvolvimento e possíveis anomalias uterinas. Esse exame também contribui para determinar o melhor momento para a inseminação.
- Histerossalpingografia (HSG): Esse exame de imagem utiliza contraste e radiografias para verificar a permeabilidade das tubas. A passagem livre do contraste é fundamental, pois indica que os caminhos para a chegada do espermatozoide ao óvulo estão livres.
Exames para Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs): Testes para infecções como HIV, sífilis, hepatites, endometrite crônicas entre outras, são realizados para garantir que não haja riscos de transmissão ou complicações durante o procedimento.
Para o Homem
- Espermograma: Este exame avalia a qualidade do sêmen, medindo parâmetros como volume, concentração, motilidade e morfologia dos espermatozoides, bem como o teste da estrutura da cromatina do espermatozoide (fragmentação do DNA). São exames essenciais que ajudam a identificar possíveis causas de infertilidade masculina e definir a conduta terapêutica mais adequada.
Em alguns casos, dependendo dos resultados iniciais e das particularidades de cada casal, o médico pode solicitar outros exames complementares que auxiliem na melhor personalização do tratamento. Essa abordagem diagnóstica detalhada ajuda a determinar a estratégia mais adequada para cada caso, aumentando as chances de sucesso da inseminação artificial.
Quanto à eficácia, a taxa de sucesso da IIU varia de acordo com diversos fatores, como a idade da mulher, a qualidade dos gametas, a presença de condições que podem influenciar a fertilização (como a permeabilidade tubária ou endometrite crônica) e até as técnicas de preparo do sêmen. Em ciclos acompanhados por estimulação ovariana, observa-se que, em mulheres com menos de 37 anos, a percentagem de ciclos que resultam em gravidez pode ser da ordem de 13%, enquanto para mulheres com idades entre 38 e 39 anos esse índice tende a ser um pouco menor, em torno de 10%. Esses números reforçam a importância de uma avaliação individualizada, na qual todos os fatores do casal ou dos envolvidos sejam considerados para definir o protocolo mais adequado.
Além da simplicidade e menor invasividade, a IIU é uma opção que, por ser mais econômica e menos agressiva, muitas vezes é escolhida como primeira linha de tratamento antes de se recorrer a técnicas de alta complexidade, como a Fertilização in Vitro (FIV) ou a injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI).