Fotos: Drew Hays/Unsplash
A endometrite crônica é caracterizada por uma inflamação na parede interna do útero, denominada mucosa endometrial. Apesar de ser assintomática, é causada por patógenos bacterianos e afeta as chances de gravidez.
Para se ter ideia, estudos recentes apontam que a endometrite crônica está presente em cerca de 30 a 40% das mulheres que apresentam laudo de infertilidade. A doença também atinge 50 a 60% das que apresentam falhas de implantação do embrião e que já sofreram aborto de repetição.
Testes ALICE e EMMA
Felizmente, desde o ano passado, dois testes estão contribuindo para ajudar nesses quadros. O ALICE (Análise de Infecção por Endometrite Crônica) e o EMMA (Análise Metagenômica do Microbioma Endometrial).
O ALICE, por exemplo, identifica até nove patógenos responsáveis pela infecção, como Mycoplasma, Ureplasma, Enterobacteriaceae, Enterococcus, Streptococcus e Staphylococcus. O teste é capaz de avaliar se o ambiente microbiano uterino está favorável à implantação do embrião.
Segundo o professor e doutor em ciências biomédicas e mestre em bioquímica e biologia molecular, Phillip Wolf, até pouco tempo, acreditava-se que o endométrio era um ambiente livre de bactérias. “Hoje já sabemos que esse dado é errado. Por isso, as bactérias presentes no endométrio podem ser um fator para explicar algumas causas de infertilidade”, afirma Wolf.
Já o teste EMMA permite saber se o perfil das bactérias encontradas no endométrio é favorável à implantação do embrião. Ele também possibilita saber se, antes desse procedimento, é necessário um tratamento probiótico para aumentar as chances de gravidez.
Como e quando esses testes são feitos?
Para a realização desses dois testes, é coletada uma pequena amostra do tecido endometrial. O procedimento é realizado na própria clínica, para fazer a biópsia. Vale lembrar que, se a paciente também for realizar o teste ERA (Receptividade Endometrial), que avalia a janela de implantação, usa-se a mesma amostra coletada. Esses testes são feitos entre o 15º e 25º dia do ciclo menstrual.
Consultoria: Dr. Philip Wolff, professor e doutor em Biotecnologia pelo Instituto Butantan, mestre em Bioquímica e Biologia Molecular – IQ-USP e Doutor em Ciências Biomédicas – ICB-USP. CRBio 18942/01. Sócio-fundador da Genics Medicina Reprodutiva.
Instagram: @phwolff / Linkedin: philip-wolff
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