Fertilidade feminina e obesidade estão relacionadas? Enquanto vários estudos são conduzidos, a obesidade torna-se um problema alarmante de saúde. Segundo o Ministério da Saúde, ela atinge quase um em cada cinco brasileiros. Ou seja, mais da metade da população das capitais brasileiras sofrem com o excesso de peso. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Índice de Massa Corpórea (IMC) de um adulto saudável deve ser entre 18,5 a 24,9. A partir de 25 já é considerado sobrepeso e, acima de 30, obesidade. Para fazer o cálculo do IMC, divide-se o peso pelo quadrado da altura (P/A²). Para combater a obesidade, cada vez mais é recomendada a cirurgia bariátrica (gastroplastia).
Estudos sobre fertilidade feminina e obesidade
Há uma forte associação entre obesidade e infertilidade. Apesar de existirem poucos estudos, após procedimentos de cirurgia bariátrica, a perda de peso no paciente gera um impacto positivo sobre a fertilidade. Um dos aspectos observados é a regularização do ciclo menstrual, que aumenta e melhora a produção de óvulos. É que muitas pacientes obesas não menstruam ou apresentam anovulação.
Segundo o artigo “Impacto da cirurgia bariátrica na fertilidade feminina”, de Flavia Lino Erse de Melo e Marco de Melo (2017), em um estudo retrospectivo no qual os autores avaliaram 98 pacientes anovulatórias. Desses, 71% restabeleceram a regularidade menstrual após a cirurgia bariátrica. Em outro estudo, os ciclos menstruais regulares retornaram em 24 mulheres obesas mórbidas portadoras de ovários policísticos.
O mesmo artigo traz também dados mais positivos sobre a taxa de gestação espontânea em pacientes obesas, após serem submetidas ao procedimento de gastroplastia em banda: 47%. Mas, vale ressaltar que, devido à rápida perda de peso, as carências nutricionais, entre outros fatores, podem complicar a evolução da gravidez. Por isso, os médicos recomendam a gestação somente de 12 a 24 meses após a cirurgia.
Baixo peso ou desnutrição
A magreza excessiva também traz problemas para quem sonha em ser mãe. Uma pessoa é considerada abaixo de seu peso quando seu IMC é menor do que 18,5. Além da desnutrição, que pode acarretar diversos danos à saúde, como anemia, extremamente prejudicial à mãe e ao bebê, mulheres com o peso muito abaixo do saudável podem ter mais dificuldades para engravidar. Ou seja, desequilíbrios hormonais ou de nutrientes podem desregular o ciclo menstrual e inibir a ovulação, deixando a mulher infértil.
Reeducação alimentar x chances de gravidez
Mais importante do que chegar ao peso ideal é alcançar a meta de forma saudável. O melhor caminho é manter uma reeducação alimentar e passar a adotar uma dieta rica em nutrientes (vitaminas e minerais), que vai ajudara normalizar as funções reprodutivas afetadas com a obesidade e aumentar as chances de fertilização, principalmente em tratamentos de reprodução assistida, como Inseminação Artificial e FIV, que contam com uma boa produção de espermatozoides e óvulos saudáveis para viabilizar a fertilização.
Estudo publicado em 2013, na revista da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, mostrou que pacientes com orientação alimentar apresentaram duas vezes mais chances de engravidar.
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