Simone Cristina tinha muito tempo ainda para pensar em ser mãe. Estudar e trabalhar eram seus primeiros planos, assim como acontece com a maioria das mulheres atualmente. Finalmente, quando estava com a vida mais estabilizada e encontrou o parceiro ideal, bateu o desejo de ter um filho, mas ela teve uma ingrata surpresa: entrou no climatério aos 37 anos.
“Se bobear, eu já estava na menopausa antes, mas como tomava anticoncepcional nem podia imaginar. Quando comecei a fazer os exames, a pedido do ginecologista, para engravidar, descobri essa fatalidade”, diz.
Ovodoação é saída para engravidar na menopausa
Assim como Simone, muitas mulheres passam por essa situação. Com a falência precoce dos óvulos e entrada da menopausa, a saída para realizar o sonho de ser mãe é recorrer a um programa de ovodoação. “Na época assumi que não poderia ter filhos e me acomodei. Mas meu marido sempre quis, então tentamos alguns tratamentos sem sucesso. Como ele tinha uma alteração genética, seria mais difícil ainda encontrar uma doadora compatível”, explica.
A professora de educação infantil ficou desanimada, mas, mesmo com o passar do tempo, a vontade de ser mãe não cessou. Hoje, aos 52 anos, ela recorreu ao programa de ovodoação na Genics Reprodução Humana Assistida e comemora a 17ª semana de gestação. “O carinho e a dedicação que recebi do médico e de todos da equipe foram fundamentais para eu voltar a ter esperança e realizar meu sonho”, declara.
Veja 5 sintomas da menopausa
1. Ondas de calor
Sensação de aquecimento de face e tronco, podendo se espalhar para todo o corpo. As ondas de calor podem aparecer em qualquer hora do dia e, às vezes, chega a ser tão desagradável a ponto de interferir nas atividades do dia a dia.
2. Suor
Geralmente acompanha as ondas de calor.
3. Alteração da libido
Redução do desejo sexual e falta de lubrificação é queixa frequente, tornando as relações sexuais dolorosas.
4. Irritabilidade
A mulher torna-se mais sensível emocionalmente.
5. Osteoporose
A osteoporose é definida como uma diminuição importante da quantidade de massa óssea, com alto risco de ocorrer fraturas, principalmente em relação à coluna vertebral, ao quadril e fêmur.
Climatério x agrotóxicos
De acordo com Dr. Dirceu Henrique Mendes Pereira, ginecologista formado pela UNIFESP, com mestrado e doutorado em ginecologia e obstetrícia pela FMUSP, que atende na Genics, cresce o número de mulheres com falência de óvulos precocemente.
“Há mulher com 30 anos entrando na menopausa. E isso, no meu ponto de vista, deve-se, principalmente, aos poluentes ambientais, porque eles são capazes de promover disruptura nos receptores hormonais. Para mim, os agrotóxicos são os principais responsáveis por esse fenômeno”, explica o especialista.
“Tanto que o índice de mulheres com falência ovariana que moram em zonas canavieiras ou de soja, por exemplo, é mais alto. Isso porque os agrotóxicos são capazes de lesionar e alterar a estrutura do DNA”, complementa Dr. Dirceu Henrique.
Segundo o ginecologista Dr. Dirceu Henrique Mendes, da Genics, os agrotóxicos podem causar danos como desregulação hormonal, infertilidade, impotência, abortos, má-formação e câncer.
Como se alimentar?
Em relação aos agrotóxicos, entrar em pânico não vai adiantar. O mais indicado para as tentantes é manter um estilo de vida saudável, uma alimentação balanceada. O ideal é diminuir durante a menopausa a ingestão de carnes vermelhas e aumentar o consumo de proteínas vegetais. Isso vale para frutas, verduras e legumes, de preferência orgânicos.
“Vale saber que temos um sistema intestinal bastante eficiente. Em conjunto com o fígado, ele libera as toxinas, por isso é importante manter o intestino funcionando bem, por meio do consumo de fibras, água e probióticos. Ou seja, alimentos com bactérias do bem, como Bifidobacterium e Lactobacillus, responsáveis pela absorção de nutrientes e melhora do sistema digestivo e imunológico“, recomenda o Dr. Dirceu.
Iogurte e queijo fermentados e coalhada são alguns deles. “Por isso, as futuras grávidas e as próprias gestantes precisam ter um estilo de vida virtuoso. Como? Respeitando quatro pilares importantes: alimentação balanceada, atividade física regular, gerenciamento das emoções e estresse, e sono reparador” alerta o médico.
Alimentos vilões da fertilidade
Não é só com os agrotóxicos que as tentantes devem se preocupar. Há alimentos que ajudam a mulher a engravidar, assim como há aqueles que trazem problemas. O açúcar, o carboidrato refinado e a cafeína, por exemplo, são alguns dos vilões da fertilidade.
O primeiro pode desregular a produção hormonal, atrapalhando a ovulação e a qualidade dos óvulos. Sem contar que pode levar à obesidade. E a produção de células gordurosas pode levar à irregularidade do ciclo menstrual e à ovulação não efetiva. O segundo, o carboidrato, passa, pelo menos alguns deles, por um nocivo processo de refinação. O processo facilita a perda de nutrientes como antioxidantes, vitaminas do complexo B e ferro, importantíssimos para quem está tentando engravidar.
O terceiro da lista, cafeína, em excesso prejudica a absorção do cálcio e ferro. O consumo também aumenta as chances de aborto espontâneo nas primeiras semanas de gravidez. Lembrando que não é só o café que possui cafeína. Chocolates, alguns chás e refrigerantes também apresentam a substância. Mas, é claro, tudo pode ser consumido com moderação. O equilíbrio é a palavra-chave.
Menopausa e alimentos ricos em ômega e ferro
A tentante deve investir, sem medo, em alimentos ricos em ômega 3 e 6, como peixes, linhaça, castanhas, vegetais de folhas escuras, leite, ovos e carnes magras. Esses alimentos são capazes de tornar a membrana do óvulo mais maleável, favorecendo a penetração dos espermatozoides. Os alimentos integrais também são bem-vindos, porque estimulam o bom funcionamento do intestino.
Alimentos ricos em ferro são essenciais para o desenvolvimento do bebê. A ausência dessa vitamina no organismo feminino também é capaz de desregular a ovulação. Feijão, açaí, fígado, mariscos e algumas leguminosas, como soja, grão de bico e lentilha, são fontes poderosas de ferro.
O ácido fólico também não pode faltar na dieta da tentante. Aliás, recomenda-se que a mulher aumenta a ingestão dessa substância três meses antes de engravidar, para evitar problemas na formação do sistema nervoso do bebê. A soja, o feijão e as verduras com folhas mais escuras são ricos nele.
Consultoria: Dr. Dirceu Henrique Mendes Pereira, Médico ginecologista formado pela UNIFESP, Mestre em Ginecologia e Obstetrícia pela FMUSP e Doutorado em Ginecologia e Obstetrícia pela FMUSP. CRM13834 | RQE 46448
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