Foto: Fernanda Venâncio Fotografia
O sucesso do tratamento de reprodução assistida depende de diversos fatores, como a qualidade dos óvulos e espermatozoides, a idade e a genética dos tentantes, entre outros fatores que influenciam na infertilidade do casal. Mas, dentre todos esses pontos importantes a considerar, fazer os processos que envolvem o tratamento de reprodução humana em uma clínica que possui um laboratório de qualidade é vital para aumentar as chances de gravidez.
“Assim como os médicos e embriologistas devem ser altamente qualificados e procurar se atualizar constantemente, o laboratório precisa ter equipamentos de última geração e materiais, insumos e descartáveis de primeira linha, para que se obtenha sucesso nos tratamentos de reprodução assistida”, explica o Prof. Dr. Philip Wolff, embriologista e diretor da Genics Medicina Reprodutiva.
Óvulos e espermatozoides são células muito sensíveis e o processo de incubação, cultivo e congelamento realizado nos laboratórios deve ser extremamente cauteloso, para garantir sua integridade. E, para isso, é preciso contar com um ambiente propício, com temperatura e luminosidade adequadas, filtros de ar específicos e acesso restrito, pois células vivas podem sofrer influencias deletérias do meio ambiente.
“Não importa o quão perfeito foi o estímulo ovariano de uma mulher, se o laboratório não for capaz de gerar bons embriões, o sucesso do tratamento será comprometido”, afirma Rafael Portela, embriologista da Genics Medicina Reprodutiva.
Laboratório de reprodução: 50 a 60% de chances de sucesso
Para o especialista, mesmo atendendo às exigências normativas da Anvisa, o investimento em espaço, equipamentos e fluxo de trabalho varia muito de um centro de reprodução humana para outro e isso obviamente se reflete nos marcadores de qualidade do laboratório. “O laboratório é o local onde as células entram separadas (óvulo e espermatozoides) e saem como um embrião candidato a se tornar um bebê. Por isso, todos os detalhes que envolvem esse processo são minuciosos e o controle de qualidade do ambiente deve ser rigoroso, continuo e diário”, alerta Rafael Portela.
Segundo o Dr. Philip, os resultados positivos variam em torno de 50 a 60%, devido ao laboratório permitir, hoje, a replicação do ambiente reprodutivo de forma mais fiel possível ao natural.
Normas técnicas e controle de qualidade
Todo laboratório de reprodução humana no Brasil, denominados Bancos de Células e Tecidos Germinativos – BCTGs, devem ser licenciados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para poder funcionar. “A normativa RDC n. 23/2011 define parâmetros de qualidade e segurança para o funcionamento dos BCTGS. Esses parâmetros vão desde a seleção de pacientes e doadores, a coleta do material (óvulos e sêmen), realização de testes, controle de qualidade, armazenamento e criopreservação, transferência dos embriões, entre outros”, explica Lílian de Macedo, assessora de imprensa da Anvisa.
De acordo com o Dr. Philip Wolff, todos os procedimentos, sejam eles administrativos ou técnicos, científicos e médicos, seguem protocolos exaustivamente elaborados e validados. Estes são checados semestralmente e alterados conforme a atualização da legislação ou ainda o advento de novas tecnologias.
Além disso, a Anvisa criou, desde 2008, o regulamento(RDC n.29/2008) que determina que os laboratórios de reprodução humana forneçam uma série de dados anualmente ao órgão. “Com essas informações é gerado o relatório Sis-Embrio, que mostra o número de embriões fertilizados no país. O documento também traz indicadores para promover a melhoria contínua do controle de qualidade dos BCTGs, auxilia os agentes sanitários a avaliar e inspecionar os locais, além de possibilitar o acesso à população aos referidos indicadores de qualidade, que podem ser consultados com transparência pelo nome de cada laboratório”, explica Lilian.
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